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Copasa notifica municípios sobre possível privatização e preocupa autoridades do Sul de Minas

Estado informa que contratos podem ser revistos; prefeitos, sindicatos e autoridades manifestam preocupação com mudanças em tarifas e serviços

Copasa notifica municípios sobre possível privatização e preocupa autoridades do Sul de Minas
EPTV/Reprodução
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A Copasa enviou, nos últimos dias, notificações oficiais a diversas prefeituras de Minas Gerais informando sobre a possibilidade de privatização da companhia. O movimento, que também foi comunicado a investidores, acendeu um alerta entre gestores municipais, especialmente no Sul de Minas, onde a estatal é responsável por grande parte do abastecimento de água e serviços de saneamento.

De acordo com o documento, caso o processo de privatização avance, os contratos atualmente firmados com os municípios poderão ser convertidos em novos contratos de concessão. Esse modelo seguiria as regras definidas pelo Marco Legal do Saneamento Básico, que exige metas mais amplas de cobertura, universalização dos serviços e padronização regulatória. A alteração, segundo a Copasa, poderia incluir a ampliação dos serviços em cidades onde hoje a companhia atua apenas com abastecimento de água, passando também a assumir o tratamento de esgoto.

Embora a Copasa ressalte que o comunicado não representa uma decisão final sobre a privatização, a simples sinalização já gerou grande preocupação entre prefeitos, câmaras municipais, consórcios regionais e lideranças políticas. Muitos municípios afirmam que ainda não receberam orientações claras do governo estadual sobre como ficariam tarifas, investimentos futuros e responsabilidades contratuais em um eventual processo de transição para a iniciativa privada.

Outra frente de apreensão vem dos trabalhadores da Copasa e dos sindicatos do setor. Representantes da categoria alertam para o risco de perda de direitos trabalhistas, redução de equipes locais, mudanças nos planos de carreira e possíveis impactos no atendimento à população — especialmente em regiões mais afastadas ou com menor viabilidade econômica. Há ainda o temor de aumentos nas tarifas de água e esgoto, algo já registrado em outros estados que passaram por processos semelhantes de privatização.

A possível mudança ocorre em meio à tramitação do Projeto de Lei 4.380/25, que trata justamente da desestatização da Copasa. O texto está em análise na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e já avançou por comissões internas. Caso seja aprovado em plenário, abrirá caminho para que o governo estadual coloque a empresa à disposição da iniciativa privada.

Enquanto isso, prefeitos e entidades regionais se mobilizam para discutir o tema. Reuniões vêm sendo agendadas com parlamentares da região, e associações municipais pedem mais transparência e diálogo antes de qualquer decisão definitiva. Para muitos gestores, o modelo atual já apresenta fragilidades, mas a incerteza sobre a privatização gera ainda mais instabilidade na gestão de um serviço considerado essencial.

A discussão promete se intensificar nas próximas semanas, à medida que tramita o projeto na ALMG e os municípios buscam respostas sobre o futuro do abastecimento e saneamento em Minas Gerais.

FONTE/CRÉDITOS: G1 Sul de Minas
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